sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Lamento

Meu coração anda apertado
O sorriso fugindo rápido dos meus lábios
Os olhos lacrimejam fácil
Não tem luz o meu olhar
E sim angústia na minha alma
As coisas não estão no lugar certo
As cores estão trocadas
Os casais invertidos
A vida sem esperança
Aquilo que devemos apoiar
Chamaram terrorismo
No que eles dizem certo
A corrupção
Liberdade de expressão chega a ser irrisório
Alguém me diz onde eu compro uma arma?

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Me leva

A verdade é que eu sinto que preciso ir embora
Descubro isso a cada amanhecer
E meu tempo está acabando
As paredes estão se fechando ao meu redor
Minha mente e meu coração já estão longe
Por enquanto vou tentando aguentar
Mas no final, isso não depende de mim
Abro a porta dos meus sonhos
Imagens fundem-se umas às outras
Te vejo rodando
Não consigo te segurar
E cá estou eu sozinha de novo
Como eu mesma queria, afinal

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que faz você feliz?

É uma onda que percorre meu corpo
É um céu azul todinho a me olhar
É a brisa que sacode meus cabelos
O sol que queima minha pele
Um minuto de olhar
É a timidez do seu sorriso
E a curiosidade dos meus olhos
É o cheiro de veludo das rosas
O leve ronronar do meu gato
A ingenuidade de uma criança
E a maciez do teu beijar
É a falta que eu sinto de um “eu te amo”
A sensação de quando a gente pisa na areia
Uma lambida do meu cachorro
A batida da música que invade minha cabeça
A maré subindo que refresca meus pés
É ter você me olhando quando acordo
É ter você...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O dia em que eu morri

Caminho pela chuva, descalça
Não sei ao certo onde estou
Nem ao menos como vim parar aqui
Os carros passam zumbindo
E eu a decidir
Decidir qual seria a sensação de pular ante um deles
Por um lado penso na dor
Por outro em libertação
A morte cochicha em meu ouvido simpática
Me convidando
Afinal, que dor seria maior do que a que carrego comigo?
Agora ela me ilude
Faz menção de indecências
Me promete asas e o infinito

A escuridão de repente cobre meus olhos
Sinto o ar em meus pulmões como se fosse a primeira vez
E como é gostoso, respirar...
Tento abrir os olhos
Vultos se aglomeram ao meu redor
Minha cabeça pesa uma tonelada
Sinto um choque percorrer meu corpo
Que agora parece aos pedaços
Não posso me mexer
Minha boca é repentinamente tomada pelo gosto de sangue
Meu sangue
Pessoas estranhas não param de me espetar
Não que eu esteja sentindo
Ninguém me diz o que está acontecendo
Está frio aqui, não?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Brinquedo de carne e osso

Sinto meu corpo enrijecer quando chega perto
Percebo no seu olhar a satisfação
Se aproxima descaradamente
Curioso sobre minha reação
Permaneço estática
Você sorri e sente meu perfume
Finge prestar atenção no que eu digo
Me pego distraída e você tirando um retrato
Fica clara em meu rosto a timidez
Mas você não liga
Diz que gosta de fotos inusitadas

Certo dia te deixei um recado
Não se deu nem o trabalho de responder
Passei dias imaginando a razão do desprezo
Ainda não descobri
Porém pessoa com tal magia, tanto poder
E esses olhos...
Olhos que me arrastam
Você deve ter muito mais o que fazer
Pessoas mais interessantes às quais responder
Comigo, ah comigo você gosta é de brincar
E eu deixo... enquanto for tudo que eu puder ter

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Desabafo

A queda se aproxima
Depressão me toma, sedenta
Ela chegou silenciosa e não quer ir embora
Me sinto oca
Como um presente no seu aniversário
Depois de aberto
Você me descobre vazia
Sem recheio
Os vícios agora querem tomar conta do meu corpo
Já não sei mais meus limites
Não sei mais quem sou
Pra que estou aqui
Não me recordo de nada bom que tenha feito
Nem pra mim, nem pra ninguém
Na realidade, quase não tenho lembranças boas
Apenas mentira, falsidade, abandono
Ah, o abandono...
Tanta gente que por aqui passou e pra lá se foi
Sem explicação, sem adeus e eu te amo
O pior é que eu ainda me pego sendo exigente com quem ficou
Devo mesmo é estar enlouquecendo
Não importa
Só deite ao meu lado e diga que tudo vai ficar bem
Não precisa apagar as luzes
A vida já está escura o suficiente

História de um cego

Eu vejo você
Eu sofro com você
Preso em um mundo sem volta
Impossibilitado de enxergar o que está na sua frente
Arrependido do que nunca lhe foi permitido
Se culpando daquilo que não tem fundamento
Se privando mais uma vez
Pra se auto flagelar um pouco mais depois
Deixou-o tecer uma cortina de ilusão sobre seus olhos
E depois te ensinou a tecer
A cortina só cresce
Já não escuta também
Minha vontade é rasgar tudo
Mas você mantém uma distância segura
Abraça o seu retrato
E envolve-se em seu casulo de mágoa e depressão

domingo, 4 de outubro de 2009

E eu te nomeei meu paraíso

Coloquei minha melhor roupa
Gastei horas fazendo a melhor maquiagem
Usei a melhor das fragrâncias
Ele não reparou
Não elogiou
Nem ao menos olhou
Mas sim, me beijou
Estragou minha roupa
Borrou meu batom
Despenteou meus cabelos
Deixou meu corpo cheirando ao seu
Exalando a suor
Implorando por mais
E eu não me importei
Desde que eu o tivesse
Desde que ele me quisesse

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Meu xuxu

Continuo, desprezando meu desprezo
Alimentando minha repugnância
Você me ensinou tudo que sei
Me fez do jeito que sou
Criou um monstro mal-amado
Quando eu ainda era poço de inocência
Te dei tudo que eu tinha
Vi luz onde só havia escuridão
Fui sua amiga quando mais precisou
Enquanto você se dizia meu amante
Mas só aparecia em tempos inesperados
Poluindo tudo com o seu veneno
Apesar de tudo que me fez
Consigo sorrir da sua felicidade
Uma alegria ridiculamente hipócrita
Da qual ríamos
Mas você merece
Um porco desalmado
Incapaz de fazer amizades verdadeiras
Por imaginar que todos possuem sua mente imunda

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nublada

Agora eu vejo
Quando você partiu meu mundo ficou sem cor
Um filme de terror em preto e branco
E a cada dia, uma nova tragédia
Acompanhada da melancolia cinzenta
Com o passar do tempo
Me acostumei com o tom
Me tornei uma pessoa blasé
Conheci gente nova
Aos poucos voltei a enxergar algumas cores
E senti saudade da falta
Eu conseguiria viver pra sempre sem elas
Mas não sei se consigo viver sem lembrar de você

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vem comigo
Essa noite eu quero amar
Te procurar num labirinto de ilusões
Te comer com o meu olhar
Dançar loucamente
Te agarrar como se estivéssemos sozinhos
Causar frenesi
Aquecer o ambiente
Te morder dolorosamente
Te marcar
Só essa noite
Esqueça todas as preocupações
Finja não haver barreiras
Alimente minha excitação
Realize meus desejos

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Respiro

E quando a leve brisa esvoaça meus cabelos eu me sinto viva
o baixo tilintar do orvalho caindo das folhas
Dou um trago no meu cigarro e deito no mato baixo
Olho longamente para o céu
Um brilho intenso invade meus olhos
Me deixa cega e eu fecho-os
Meu corpo todo é repentinamente aquecido
Sinto uma gostosa sensação
De preguiça, sei lá
Aquilo que a gente sente quando acaba de acordar de um sonho bom
Não quero abrir meus olhos
Preciso dessa sensação por mais tempo
Esse momento faz-me sentir tão completa
Flashbacks passam vagarosamente em minha cabeça
Deixando muito claro o quanto já fui feliz
Fui... e a sensação desaparece
A escuridão toma conta de mim
O frio me perturba
A solidão não quer ir embora

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Judie de mim

Reação fora do normal
É sim o que você me provoca
Sabe bem me atiçar
Mas depois foge pra longe do meu olhar
Posso até dizer que não te quero
Só que meu corpo pulsa quando fala comigo
A verdade é que você só quer abusar
Sei bem e isso me causa calafrios
Quanto mais me esnoba
Mais me instiga
Deixa claro suas intenções
É direto, até meio estúpido
Não dá a mínima pros meus sentimentos
Faz propostas indecentes
Me pega
Me puxa
Me aperta
Me deixa louca
E me esquece...
Vontade de banho de chuva
Sensação de alma lavada
Cabeça livre de preocupações
Corpo leve
Gosto da sua boca
Seu corpo colado ao meu
Sussurros ao pé do ouvido
Música de fundo
Coração acelerado
Respiração ofegante
Luz das estrelas
Ritmo contagiante
Atrito, pele com pele
Fantasia particular
Universo paralelo

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A chuva cai lá fora
Aqui dentro, o vazio só aumenta
Sinto falta do teu cheiro
Que vontade daquele abraço que só você sabe dar
Você é igual a ninguém
Não tenho ninguém de quem sentir falta
De pedir pra voltar
Faz tanto tempo...
To com vontade de ouvir um eu te amo
E de mãos dadas, correr pro oceano
Ficar juntinho até não agüentar
Mas nessa vida de desencontros
Vou passeando pelos caminhos sozinha
Sentindo o vento no rosto
Às vezes a poeira me cega
Assopra pra mim?

sábado, 15 de agosto de 2009

Tem troco?

Exatamente como previ
Você agora sai à minha procura
Buscando descaradamente, tenta disfarçar
Vai aos lugares certos
Em dias errados
Deixa-a em casa sem a menor cerimônia
Não duvido que a ame
Mas o corpo já não agüenta
Pergunto-me porque eu
Tenho certeza que sabe
Eu esperava mesmo esse momento
Correndo de volta pra mim
Mas eu nunca te disse sim
Dessa vez não será diferente
Não me intrometo no que não é da minha conta
Se você escolheu ela
Agora agüente
Quer dizer que ela só serve pra desfilar?
Nem é tudo isso
Faz-me rir a maneira com que se comporta
Continua batendo
Só não vou abrir a porta

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Só vou te contar um segredo

É quando sua vida vira um dilema
E você não sabe se é isso mesmo que você quer pra você
Se é disso mesmo que você quer viver
E enquanto as pessoas responderiam facilmente
Você novamente se pergunta se tudo em sua vida é fugaz
São muito poucas as coisas que permanecem
Tirando a família e alguns amigos, nada presta
E surge uma nova dúvida
Seria você uma pessoa inconstante?
Ou uma boba de quem as pessoas se aproveitam e depois descartam?
Sinto tanta falta de pessoas que nem conheci
Não delas em si
Mas do que poderiam adicionar a minha vida
Eu simplesmente perdi a chance
Sempre tive vergonha demais do que iam pensar de mim
Caso expressasse minhas verdadeiras opiniões
Sofri, mas aprendi
O bom mesmo da vida é chocar
Fazer o que tem vontade, falar o que vier à cabeça
Se for algo decadente
Não tem problema, Bem
Decadente tá na moda
E hoje em dia... o que não tá?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Decepção

Qual a razão de termos sentimentos?
Não há mais com o que gastá-los
Não existem mais pessoas suficientemente dispostas para cada um
Devo confessar que ando cansada
Não de procurar
Nem me dou o trabalho
Mas sim da falta de expectativa
O primeiro beijo não tem mais o mesmo significado
Antes mesmo de um olhar de retorno
Há malícia em sua mente
Transpirando sexo
Sem querer saber onde estarei amanhã
Se nos veremos novamente

Confesso também que por muitas vezes me diverti
Com a falta de compromisso
A embriaguez
Já magoei, já fiz sofrer
Mas nada do que fiz se compara à maneira com que fui machucada
E a armadura que visto hoje é só pra me dar coragem
De dar as caras por aí
Me sentir normal

Mas você, logo você
Sei que não teve culpa
Porque afinal, quem deu o primeiro passo fui eu
Só que parecia tão disposto
Me entendeu de uma maneira tão bem vinda
E quando me senti pronta para te mostrar minhas cicatrizes
Você desapareceu
Levando com você as poucas esperanças que eu havia nutrido
Não te culpo
Acredito que não estava pronto para mim

Preferia não vê-lo desfilar por aí sua nova conquista
Mas do que eu entendo, não é?!
Ela é jovem e logo vai se cansar de você
Que já não é nenhum garotinho
Apesar de se portar como tal
Já vi esse filme antes
Quando isso terminar
Nem venha querer conversar com a minha caixa postal

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sabor

Deitada em seu divã
Doces delírios em mente
Cansada dessa vida monótona
De sentir tão dependente
Planeja fugas infalíveis
Identidades aleatórias
Em cada parada um amante
Perseverança pra seguir adiante
Mantendo-se ocupada pra não se sentir culpada
O cheiro do sucesso lhe causa calafrios
Daqueles gostosos, de excitação
Nada que te prenda
Nada que te segure
Caminho livre ao longo de seus olhos
Apenas o horizonte a diante

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melindrosa

Nutra meu desejo enquanto pode
Alimente minha imaginação enquanto isso te divertir
Só não chegue perto de mim
Meu veneno pode te matar
Meu encanto te asfixiar
Tenho um feitiço infalível, meu bem
E quando ele te pegar
Ah, a queda vai ser feia
Vai ter choro e vai ter vela
Mas não adianta falar que eu não avisei
Espertos foram os que conseguiram se livrar
E os que não conseguiram... nunca mais me viram!

Escrito nas estrelas

Encaro seus lábios
Você beija minha testa
Minhas esperanças se esvaem
Falta ar em meus pulmões
Não posso deixá-lo ir assim
Uma mão invisível aperta forte meu coração
Minhas pernas já não me obedecem
Quero detê-lo, mas não consigo
Tento chamar, mas minha voz não sai
Um último olhar, uma lágrima
Você corre ao meu encontro
E como se meu corpo despertasse
Corro também em sua direção
É amor sim e ninguém precisa dizer
As palavras são dispensáveis
Entretanto o que sentimos não é físico
Ligação mística que me faz ler sua mente
Olhar nos teus olhos a cada era
E ainda assim acreditar que é meu.

domingo, 5 de julho de 2009

Saideira

Todas as promessas escorreram pelo ralo
Já não lembro nem mais da sua voz de traidor
Seu toque, com as suas mãos sujas
Fedendo outros perfumes que não o meu
Olhos que passam confiança
Mereciam ser furados, tamanhas mentiras escondem
Fui ingênua ao não perceber a perversão de seu sorriso
Das suas palavras difíceis
Só pra me impressionar
Jamais mereceu nenhuma das lágrimas que derramei
Nunca mereceu sequer as armadilhas que armei
Pra te punir
Pra aliviar-me
Não deram certo
A repugnância que sinto por você é cada vez maior
Saboreie seu doce amor enquanto durar
E quando voltar a sofrer
Continuarei aqui
Rindo bem alto no meu camarote

Dúvida

Tive um sonho
Não me lembro direito
Mas tudo era tão bonito que me fez pensar
Em tudo que foi
Tudo que será
O que nos aguarda
As mentiras que me fazem seguir
Verdades absolutas totalmente questionáveis
Alegrias regadas de dor
Amores baseados em mágoa
Nada disso existia ou importava
Ninguém queria saber a minha idade
No que eu tinha me formado e trabalhava
Ou quanto dinheiro eu tinha no banco
Parecia ideal
Mas pra que então eu faria grandes coisas se ninguém se importaria?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Solidão em meio à multidão

Com isso ela não podia mais se contentar
Podia beijar quantas bocas quisesse
Tentou homens, tentou mulheres
O gosto nunca a agradava
Em nenhuma delas sentia o sabor da paixão
O desejo de ter sempre mais
Sentia apenas prazer momentâneo
Que te entorpece na hora
Mas depois machuca
Nunca e sempre sozinha
Ninguém pra lamber suas feridas
Por ser tão exigente agora sofre
Sem encontrar alguém que seja digno
Do seu grande coração de pedra

Do alto de seu salto, ela ri
Dos infelizes que cruzaram seu caminho
Não acredita ser sádica
(Talvez seja)
Nada é o bastante
Ninguém é suficiente
Sua mãe sempre a lembra
Todos temos defeitos
Ela sabe, mas não abre mão
Se não está certo, conserte
E rápido
Minha paciência logo termina

Abuso consentido

Senti um abraço
Não vi quem era
Gostei de sentir sua respiração na minha nuca
Ofegante
Excitada
Puxou meus cabelos com força
Levou-me ao delírio
Suas mãos sabiam para onde ir
Sabiam o que fazer
Seus lábios tocavam meu pescoço
Meus ombros
Meus seios
Não sabia quem ele era
Esqueci-me quem eu era
Não precisava saber

terça-feira, 30 de junho de 2009

Encaixe

Um copo vazio
Imóvel
Sem sentimentos
Sem nada pra preencher
Sem nada pra derramar
Sem nada pra brindar
Sem nada pra matar
E com uma boca enorme
Só capaz de magoar
Qual a serventia de um copo vazio?

Mas eis que surge
Um líquido misterioso
Em dúvida em relação ao seu sabor
Doce ou salgado
Azedo ou amargo
Seu volume completa o copo
Nada falta
Nada sobra
Ele ali se mantém
Não cabe mais ninguém
O egoísmo é mútuo
A intensidade é surpreendente

Bola fora

Estou cansada dessa conversa
Pensa que manda nos meus pensamentos
Você me liga, eu ignoro
Só de ouvir sua voz me irrito
Pensei que um tempo longe te faria mudar
Mas é sempre a mesma história
Você não cansa?
Mal me conhece
Me persegue
Seu jogo é sem ação
E você está ficando sem opção
Parte pra outra
Eu nunca tive na sua mesmo
Quando é que você vai perceber?
Já até listei o que não temos em comum
A lista foi longa e você não se tocou
Idéia louca pensar que poderia existir um “nós”
Tinha tudo pra ser perfeito
Mas com todo esse exagero não tem jeito!
Não sou do tipo que enrola
E você já passou da hora...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Luxúria

Essa boca que te beija
Queria estar beijando outra
Sentindo o gosto de outra saliva
Porque esta já não a agrada
Esta já não a inspira
A deixá-lo levar seu corpo
E só trazê-lo de volta quando acabar a loucura
Essa boca tem sede de sangue
E mesmo que doa
Se fosse ele, gostaria
E também a morderia
Só pra misturar
Seu gosto no dele
O dele no seu
E assim pra sempre ficaria
Pacto carnal
Desejo incessante
Busco cegamente
Mas só encontro o seu cheiro impregnante

Razão de minha estupidez

Quanta gente traiçoeira existe nesse mundo
Sempre à espreita
Procurando um deslize
Não vou te dar essa oportunidade de novo
Espero que você e esse seu dedo podre fiquem bem longe de mim
Porque tudo que você encosta, estraga
Quanto a ela
Você está alimentando a hipocrisia dela aos poucos
E quando ela não tiver mais amor-próprio
Ficará sozinha
Como você sempre fez
Magoa sem motivo
Fere por prazer
Vai acabar velho, feio e sozinho
Exatamente como sempre temeu.

A espera do não-romântico

Lembrei do primeiro dia
Festinha de escola
Você fazendo graça com todo mundo
Meio alegre
Sim, eu percebi
Eu tinha ido conhecer outro
É, acho que você não sabia
Minha noite se iluminou quando você me arrancou aquele sorriso
Eu sabia quem você era
Todo mundo sabia
Pra você eu era um mistério
Em partes, ainda sou
Sinto saudades
Muita coisa mudou
Quando chego perto de você
Te sinto tremer
Não tenha medo, tento dizer
Mas você já foi...
Pra longe de mim mais uma vez

Não tenho medo do tempo
Aliás, sou bem paciente
Deixo você viver no seu mundinho
Até perceber que na verdade está sozinho
E viver um amor não é abrir mão de nada
Só receber o carinho que tenho pra te oferecer
Sei que não é muito
Mas é do jeito que você gosta, eu sei
Só pensa bem antes de voltar

Porque o que eu quero
Precisa ser inteiro
Nada ao meio
Que você venha a me oferecer
Por isso, espero...