quarta-feira, 29 de julho de 2009

Decepção

Qual a razão de termos sentimentos?
Não há mais com o que gastá-los
Não existem mais pessoas suficientemente dispostas para cada um
Devo confessar que ando cansada
Não de procurar
Nem me dou o trabalho
Mas sim da falta de expectativa
O primeiro beijo não tem mais o mesmo significado
Antes mesmo de um olhar de retorno
Há malícia em sua mente
Transpirando sexo
Sem querer saber onde estarei amanhã
Se nos veremos novamente

Confesso também que por muitas vezes me diverti
Com a falta de compromisso
A embriaguez
Já magoei, já fiz sofrer
Mas nada do que fiz se compara à maneira com que fui machucada
E a armadura que visto hoje é só pra me dar coragem
De dar as caras por aí
Me sentir normal

Mas você, logo você
Sei que não teve culpa
Porque afinal, quem deu o primeiro passo fui eu
Só que parecia tão disposto
Me entendeu de uma maneira tão bem vinda
E quando me senti pronta para te mostrar minhas cicatrizes
Você desapareceu
Levando com você as poucas esperanças que eu havia nutrido
Não te culpo
Acredito que não estava pronto para mim

Preferia não vê-lo desfilar por aí sua nova conquista
Mas do que eu entendo, não é?!
Ela é jovem e logo vai se cansar de você
Que já não é nenhum garotinho
Apesar de se portar como tal
Já vi esse filme antes
Quando isso terminar
Nem venha querer conversar com a minha caixa postal

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sabor

Deitada em seu divã
Doces delírios em mente
Cansada dessa vida monótona
De sentir tão dependente
Planeja fugas infalíveis
Identidades aleatórias
Em cada parada um amante
Perseverança pra seguir adiante
Mantendo-se ocupada pra não se sentir culpada
O cheiro do sucesso lhe causa calafrios
Daqueles gostosos, de excitação
Nada que te prenda
Nada que te segure
Caminho livre ao longo de seus olhos
Apenas o horizonte a diante

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melindrosa

Nutra meu desejo enquanto pode
Alimente minha imaginação enquanto isso te divertir
Só não chegue perto de mim
Meu veneno pode te matar
Meu encanto te asfixiar
Tenho um feitiço infalível, meu bem
E quando ele te pegar
Ah, a queda vai ser feia
Vai ter choro e vai ter vela
Mas não adianta falar que eu não avisei
Espertos foram os que conseguiram se livrar
E os que não conseguiram... nunca mais me viram!

Escrito nas estrelas

Encaro seus lábios
Você beija minha testa
Minhas esperanças se esvaem
Falta ar em meus pulmões
Não posso deixá-lo ir assim
Uma mão invisível aperta forte meu coração
Minhas pernas já não me obedecem
Quero detê-lo, mas não consigo
Tento chamar, mas minha voz não sai
Um último olhar, uma lágrima
Você corre ao meu encontro
E como se meu corpo despertasse
Corro também em sua direção
É amor sim e ninguém precisa dizer
As palavras são dispensáveis
Entretanto o que sentimos não é físico
Ligação mística que me faz ler sua mente
Olhar nos teus olhos a cada era
E ainda assim acreditar que é meu.

domingo, 5 de julho de 2009

Saideira

Todas as promessas escorreram pelo ralo
Já não lembro nem mais da sua voz de traidor
Seu toque, com as suas mãos sujas
Fedendo outros perfumes que não o meu
Olhos que passam confiança
Mereciam ser furados, tamanhas mentiras escondem
Fui ingênua ao não perceber a perversão de seu sorriso
Das suas palavras difíceis
Só pra me impressionar
Jamais mereceu nenhuma das lágrimas que derramei
Nunca mereceu sequer as armadilhas que armei
Pra te punir
Pra aliviar-me
Não deram certo
A repugnância que sinto por você é cada vez maior
Saboreie seu doce amor enquanto durar
E quando voltar a sofrer
Continuarei aqui
Rindo bem alto no meu camarote

Dúvida

Tive um sonho
Não me lembro direito
Mas tudo era tão bonito que me fez pensar
Em tudo que foi
Tudo que será
O que nos aguarda
As mentiras que me fazem seguir
Verdades absolutas totalmente questionáveis
Alegrias regadas de dor
Amores baseados em mágoa
Nada disso existia ou importava
Ninguém queria saber a minha idade
No que eu tinha me formado e trabalhava
Ou quanto dinheiro eu tinha no banco
Parecia ideal
Mas pra que então eu faria grandes coisas se ninguém se importaria?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Solidão em meio à multidão

Com isso ela não podia mais se contentar
Podia beijar quantas bocas quisesse
Tentou homens, tentou mulheres
O gosto nunca a agradava
Em nenhuma delas sentia o sabor da paixão
O desejo de ter sempre mais
Sentia apenas prazer momentâneo
Que te entorpece na hora
Mas depois machuca
Nunca e sempre sozinha
Ninguém pra lamber suas feridas
Por ser tão exigente agora sofre
Sem encontrar alguém que seja digno
Do seu grande coração de pedra

Do alto de seu salto, ela ri
Dos infelizes que cruzaram seu caminho
Não acredita ser sádica
(Talvez seja)
Nada é o bastante
Ninguém é suficiente
Sua mãe sempre a lembra
Todos temos defeitos
Ela sabe, mas não abre mão
Se não está certo, conserte
E rápido
Minha paciência logo termina

Abuso consentido

Senti um abraço
Não vi quem era
Gostei de sentir sua respiração na minha nuca
Ofegante
Excitada
Puxou meus cabelos com força
Levou-me ao delírio
Suas mãos sabiam para onde ir
Sabiam o que fazer
Seus lábios tocavam meu pescoço
Meus ombros
Meus seios
Não sabia quem ele era
Esqueci-me quem eu era
Não precisava saber