terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O tênis era amarelo

Parou na minha frente

E dançou

Me encarou enquanto acompanhava a música

Ao pé do meu ouvido cochichou

Palavras sem sentido aparente

Mas com intenção absurda

Disse ser tímido

E foi com apreensão que seus lábios tocaram os meus

Leves, macios...

Como se quisesse sentir cada pedacinho de minha boca

Puxou de leve meus cabelos

Mordeu quase na minha nuca

Seus braços se enrolaram em mim

Como se eu fosse a última

Ah, como eu queria ser a última

Seu único encaixe

Fonte de motivação

Queria eu ser sua inspiração

Mas invés disso, me torno mágoa

E em vez de ódio, ele escolhe o perdão

Sorri ligeiro, enxuga minhas lágrimas

E diz que eu não estraguei nada

Remenda meus machucados

Cura minha dor com carinho

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Futuro não muito distante

Os monstros dessa cidade vem perseguindo meu espírito
Sugando do meu corpo toda alegria e excitação
As luzes refletidas me cegam
O barulho metálico me ensurdece
Toda essa fumaça não me permite sentir odores
Tenho a sensação de estar sendo observada
Em cada esquina, em cada semáforo
Agora querem me dizer o que fazer
O que devo vestir e com quem devo falar
Reprimo um sorriso quando penso
O que eles não sabem que eu ando fazendo
Quem ando beijando
E que lugares frequentando
Mas no final do dia
Sobra só a frieza por dentro
De me sentir cada vez mais distante durante um abraço
Como se não falássemos mais a mesma língua
E foi pensando nisso que decidi
Ir para um lugar onde todos estarão mesmo me observando
E vão me dizer o que fazer
Não vou ganhar nenhum abraço
Nem vão falar a mesma língua que eu
E ninguém, ninguém vai se importar
Eu vou aprender
Do jeito mais difícil sim, mas vou
Tem gente que só aprende apanhando
Espero que pelo menos eu aprenda